quinta, 26 de agosto de 2010
Águas de Bonito - O que são e porque são!
Cap. 02 do Art. nº 07 da Série - set. /2003
Águas especiais - Serra da Bodoquena/MS-Br
A nossa água, (Serra da Bodoquena/MS),
não é simplesmente um "Recurso Natural",
mas sim o nosso "Patrimônio Natural"
A água nossa de cada dia - Região da Bodoquena/MS
A água a ser bebida, assim como o alimento a ser consumido, deve conter praticamente todos os elementos minerais conhecidos, mas em quantidades e situações variáveis, desde os traços (oligoelementos traços), formas mal definidas, estado livre, em quantidades mais ou menos significativas, até em estado sólido cristalizado e não ionizado.
Nos organismos, grande parte desses minerais, os chamados sais minerais se encontram no meio celular, sob várias soluções, fazendo parte dos líquidos intersticiais, dos circulantes, às vezes em estado ionizado, como os cloretos de sódio, os fosfatos e os bicarbonatos alcalino e, outras vezes em estado não ionizado como o fosfato tricálcico, os carbonatos de cálcio, encontrados nos ossos e dentes.
Outros, (elementos minerais), ao se combinarem com a matéria orgânica, perdem temporariamente suas características de material mineral, como acontece com o ferro encontrado na hemoglobina, (sangue), ou o enxofre presente em certos aminoácidos, compondo a cistina, a cisteina e metionina, e também no ácido fosfórico compondo os fosfolipidios.
No grupo de elementos chamados "essenciais", ou seja, aqueles que sem os quais não há desenvolvimento normal, podemos distribuir ou classificar, genericamente, tais "minerais", segundo a importância e ação dos mesmos desde nos sistemas aquáticos, nos organismos e mesmo na formação do alimento, assim:
- os "macroelementos": que podem ser encontrados nos organismos: em estado sólido cristalizado; em solução no meio celular; nos líquidos circulantes e intersticiais; ionizados ou não ionizados; como também nos sistemas aquáticos e nos alimentos, compondo o que se chama de "sais minerais". São eles os elementos cálcio, magnésio, fósforo, nitrogênio, sódio, cloro, potássio, ferro e enxofre.
- os "microelementos": por estarem em concentrações traços, sob forma mal definida e algumas vezes em estado livre, como o iodo, cobre, flúor, manganês, zinco, molibdênio, cobalto, selênio, cromo, estanho, níquel, vanádio e silício. Obs. do autor: aqui não se discuti outras distribuições e/ou classificações mais específicas desses elementos.
Na água, os elementos "essenciais" devem atuar favoravelmente para a estabilidade do sistema e dos organismos em geral, estando presentes naturalmente nos solos, porém não em estado puro, mas sim combinados como sais mais ou menos complexos. Ao ser notada pouca diversidade e seletivos representantes de cada tipo de organismos vegetais e animais na água natural, com certeza a mesma é carente ou então apresenta preponderância de alguns desses sais minerais.
Com relação ao nitrogênio e ao fósforo, enquadrados como macroelementos, deve-se citar que normalmente é baixa a quantidade encontrada desses minerais na água natural, embora as suas demandas pelo complexo sistema sejam grandes, o que é satisfeito pela atividade de certos microrganismos e outras ações químicas e físicas.
No caso do nitrogênio, as bactérias nitrificantes, (nitrosomona e nitrobacter), que a partir da própria matéria orgânica excretada ou em degradação, (amônia orgânica - tóxica), disposta no solo úmido ou mesmo na água, (a amônia orgânica quando em contato com a água se transforma em ion amônio ou amônia inorgânica), produzem por oxidação o "nitrito-tóxico" e depois o "nitrato muito bem menos tóxico", este então podendo ser utilizado depois de certas reações e condições, por outros organismos, ainda vivos, na forma de nitrogênio.
Já o fósforo provém de lavagem natural das rochas fosfáticas, apatitas, (forma mais complexa) e mesmo da disposição dos organismos decompostos, que por atividade de outras bactérias, ainda não muito bem conhecidas, reduzem os fosfatos até a fofina ou formas mais facilmente utilizadas pelos organismos vivos.
O aumento exagerado desses dois elementos ou de suas formas, em um sistema aquático, indica ação indiscriminada de origem externa como desmatamentos, assoreamentos, lançamentos domésticos, resíduos agropecuários ou mesmo industriais, (ações antropurgicas ou seja ocasionada pela presença do homem). Na verdade esses dois elementos funcionam como limitantes ou como sinalizando e conduzindo o comportamento do sistema, em si.
Sabe-se que o teor dos vários sais minerais que existem em solução num corpo d água doce, interessa muito mais aos organismos vegetais do que aos animais aquáticos. O vegetais por serem capazes de produzir seu próprio alimento, (seres autótrofos), necessitam sim, neste processo, formar complexas moléculas de compostos orgânicos a partir de compostos inorgânicos, que além do hidrogênio e do oxigênio da água, mais o gás carbônico presente, incorporam outros elementos, em pequeníssimas quantidades, disponíveis então no ambiente, como sais minerais. O cálcio, o magnésio, o fósforo, o potássio, o ferro, o enxofre e o nitrogênio, etc., são conhecidos como essenciais para a presença e o desenvolvimento dos vegetais, porém outros elementos também se tornam essenciais.
Certas águas podem conter quantidades elevadas de alguns sais que, entretanto, são extremamente escassos em outros sistemas aquáticos, podendo-se citar as águas duras (carbonatos) de terrenos calcários, (Serra da Bodoquena/MS-Br), os boratos encontrados em certos lagos, (p.ex. da Califórnia/USA) que se cristalizam (bórax) nas margens, sendo altamente explorado comercialmente, etc. Nesses casos, a elevada concentração de sais pode dar origem a uma seleção geral dos organismos aquáticos, desde os microrganismos até os organismos maiores, através também do "fator osmótico".
Na região da Bodoquena/MS-Br, quase que totalmente, as suas águas apresentam notáveis e altíssimas concentrações de bicarbonatos, carbonatos e possíveis hidróxidos. Tal situação induz à presença de íons de cálcio e magnésio na água de abastecimento público o que não tem nenhum significado sanitário, porém, acarretando alguns transtornos diários quando do uso doméstico. Por exemplo, pela utilização do que chamamos de "água dura", formam-se incrustações nas tubulações e indesejáveis entupimentos. Também reduzem a transferência de calor, com aumento da ação das resistências dos chuveiros, através da deposição de calcários, acelerando a corrosão pela formação de carbonatos e hidróxidos corrosivos, terminando em queima das mesmas.
No decorrer do tempo, a "água dura" forma um depósito nas superfícies internas e externas dos contendores, dos recipientes, das canalizações, nos bojos, nas perfurações etc., pela formação dos carbonatos insolúveis, e na presença mesmo de raríssimas partículas colidais naturais ou não, com retenção maior quando do aumento da temperatura, por evaporação da água, portanto aumento da concentração das partículas. (ler caps anteriores desta série).
Certos sais, (de cálcio, de magnésio, de sódio, etc.), tornam o paladar desagradável da água de bebida (salobra) e o inconveniente quando da limpeza corporal e da lavagem de roupa, p.ex., formando nesses casos, grumos com uso maior do sabão ou sabonete.
Águas chamadas "duras", só fazem espumas depois que seus sais reagem totalmente com o sabão e/ou detergente utilizado, daí o gasto maior desses produtos em ações de lavagem de roupas, cabelo e no próprio banho. Os cabelos perdem gordura natural e enzimas (queratina) presentes, tornando-os mais secos, tendo-se a sensação e aparência de encrespamento. Também ocasionam o aumento do tempo de cozimento de legumes, com gasto maior de energia, (ler parte 3/cap.07 da série). Sais de cálcio e magnésio prejudicam a formulação e qualidade de bebidas, neste caso sendo tolerados como "dureza total" desde que não ultrapasse a 200 mg/l.
O efeito conhecido como água com "pedra de leite", na lavagem de recipientes domésticos, usados também para ferver o leite, se dá pela presença de gordura, de proteínas, cinzas e óxidos de cálcio, de magnésio, etc., sendo facilmente observado pelas donas de casa em regiões com a presença maior de carbonatos nas águas. Essas formações ocorrem pela atração e adsorção de partículas de cargas contrárias, aglutinação e deposição das mesmas. (ler cap. 06 e 07/parte 1, da série).
Atenção: Em qualquer situação ou região, nunca se deve "arear", raspar ou limpar por atrito a parte interna das panelas de alumínio, pois assim fazendo estará disponibilizando tal elemento,(Al-alumínio), sem qualquer ação benéfica ao ser humano, para ser incorporado aos líquidos e alimentos quando do uso, no cozimento, p.ex. O uso da panela de ferro (elemento essencial) é a mais recomendada.
"Água doce" na região da Bodoquena/MS -Br (*)
Em especial no município de Bonito/MS-Br, este autor tem analisado, preliminarmente, amostras de água, em duas localidades, uma com dois pontos, (poços), à margem da estrada Aeroporto/Bonito e uma outra amostra oriunda de poço perfurado próxima à Gruta São Miguel. Todas com dureza abaixo ou próximas a 100 mgCaCO3mg/l, indicando poderem ser enquadradas com "águas moles ou de dureza moderada" e, com características de paladar "doce".
(*) chamamos aqui de "região da Serra da Bodoquena/MS-Br", a área que abrange as cidades de Bonito e Bodoquena e parte dos municípios de Jardim, Guia Lopes, Porto Murtinho e Miranda, segundo o que é apontado em DIAS (1999, 2000).
"Água mineral natural e água natural" na região da Serra da Bodoquena/MS-Br
Devemos separar muito bem o que seja "água mineral natural", "água natural" e "água potável de mesa", todas possíveis de serem comercializadas. Tem-se regulamento técnico que orienta e fixa a "identidade e qualidade de água mineral natural, da água natural e da água potável de mesa", com respectivas normas de rotulagem e comercialização, (ANVS 2000; BRASIL 1989; MME 1984).
- Na Resolução-RDC nº54 (ANVS 2000), vemos que: "água mineral natural" é aquela obtida diretamente de fontes naturais ou artificialmente captadas, de origem subterrânea, caracterizada pelo conteúdo definido e constante de sais minerais (composição iônica) e pela presença de oligoelementos e outros constituintes; - e que "água natural" é aquela obtida diretamente de fontes naturais ou artificialmente captadas, de origem subterrânea, caracterizada pelo conteúdo definido e constante de sais minerais (composição iônica), e pela presença de oligoelementos e outros constituintes, mas em níveis inferiores aos mínimos estabelecidos para água mineral natural; - e que "água potável" é aquela inofensiva à saúde e adequada aos usos domésticos, podendo ser embalada e comercializada, sendo identificada como "água potável de mesa", seguindo para isso normas estabelecias (ANVS op cit; BRASIL op cit; MME op cit)
A "água mineral" é aquela oriunda do interior da crosta terrestre ou que percorreu canais subterrâneos naturais, contendo substâncias em solução que lhe conferem valores tidos como terapêuticos, tais como os sais neutros de magnésio, de potássio, de sódio, sob a forma de carbonatos, cloretos, brometos, iodetos ou sulfatos, bem como anídrico carbônico, carbonato de sódio, de cálcio de magnésio, sulfatos solúveis, sais de ferro, etc;
Segundo o Decreto Lei nº 7841-08/08/45, art. 1º, (IN MACÊDO 2000) - "águas minerais" são aquelas provenientes de fontes naturais ou de fontes artificialmente captadas, que possuam composição química ou propriedades físicas ou físico-químicas distintas das águas comuns, com características que lhes confiram uma ação medicamentosa"; no mesmo artigo, no parágrafo 2º , "... considera-se como "águas minerais", as águas de origem profunda que, mesmo sem atingir os limites de classificação estabelecida em lei, possuem inconteste e comprovada propriedade favorável à saúde";
Algumas áreas de nascente na região da Bodoquena/MS-Br, poderão possivelmente serem classificadas como contendo "água natural" e outras de "água mineral natural", ressaltando-se aqui "que só sob o comprometimento de normas ambientais, normas sanitárias, (BRASIL, 1978), e comprovadas análises físicas, químicas e biológicas, (ANVS - Res. RDC nº54 de 15/06/2000)".
As "águas minerais naturais", provavelmente serão enquadradas, (BRASIL, 1945), entre outras, como: "alcalino-terrosos (alcalino-terrosas cálcicas e terrosas magnesianas).
Também, quase todas os mananciais de "água doce ou salobra" possuem "flúor" sob a forma de fluoreto, porém, na maioria dos casos, em proporção inferior a 1 mg/l; - a presença do flúor natural na água é desejável, quando em doses inferiores a 1 mg/l, passando a ser benéfica mesmo quando da prática da fluoretação, prevenindo, por exemplo, a cárie dentária, sobretudo nas crianças; - teores superiores, em especial acima de 1,5 mg/l, de fluoretos causam sinais de fluorose dentária, com manchas escuras nos dentes e esfacelamento fácil do esmalte, culminando com perda total dos dentes; - o interessante é que o mesmo flúor que pode causar a fluorose dentária, quando presente em doses maiores, apresenta-se capaz de prevenir a cárie dentária, quando em porções em torno de até 1,0 miligrama/l; - encontram-se facilmente no comércio da região, embalagens ou garrafas de "água mineral natural", classificada como "água mineral fluoretada, e hipotermal na fonte", oriundas de fontes locais.
Alguns conceitos, definições, portarias, leis e normas sobre a "qualidade das águas"
- água para "consumo humano" deve apresentar, entre outras variáveis, o "gosto/sabor" considerado "não objectável" (não desagradável), como critério de referência; "cor aparente" até 15 uH (unidade Hazen); "turbidez" até 5 uT (unidade de turbidez); "pH" 6,0 - 9,5; e "dureza total" de até 500 mgCaCO3/l, (BRASIL, 1990; 2001); este autor vem registrando para as águas naturais da região de Bonito-Bodoquena/MS, em geral, dureza total entre 150 a 300 mgCaCO3/l, pH entre 6,0 a 8,5, turbidez sempre até 5 uT, transparência (Disco de Secchi) na maioria total e, gosto/sabor pouco perceptível; - lembrar que o paladar é uma sensação que varia de pessoa à pessoa e constância
- "água turva" é aquela de que deixa de ser límpida, isto é, possuidora de substâncias ou partículas "em suspensão", normalmente causada por areia, silte e argila
- "água bruta" é o termo utilizado para caracterizar a água antes de sofrer qualquer tratamento
- "água tratada" é que foi submetida a algum processo de remoção de impurezas ou de correção de impropriedade
- "água pura" é aquela praticamente desprovida de substâncias estranhas e que pode ser utilizada para determinado fim, sem sofrer tratamento, porém uma água pode ser pura para uso doméstico e não ser pura ou ideal para certo uso industrial, valendo o contrário, portanto o conceito de pureza é relativo, dependo da finalidade a qual a água vai ser utilizada
- "água potável" é aquela inofensiva à saúde e adequada aos usos domésticos
- "água poluída" é aquela cujas as características normais foram alteradas pela presença indesejável de substâncias estranhas e/ou pequenos organismos que a tornam imprópria para o consumo de organismos (animal/vegetal)
- caso a "água poluída" receber germes patogênicos ou substâncias tóxicas passa a ser considerada "contaminada"
- pela "competição vital" as bactérias de origem intestinal perecem, num intervalo de tempo bem menor, pois não encontram na água natural, (cerca de 15 - 25ºC) p.ex., a temperatura ideal do corpo humano (37ºC), sobrevivendo então as mais resistentes, portanto os seres que normalmente constituem a flora e a fauna aquática
- pesquisas recentes mostraram que "cada nadador adulto pode introduzir na água de 1000 a 4000 bactérias", culminando na possibilidade de transmissão de doenças nas épocas e horas de maior freqüência e que ao mergulhar a cabeça, o nadador expõe suas mucosas oculares, auditivas e nasofaringeanas, além da pele; - porém nem sempre esses microrganismos são patogênicos, necessitando serem expelidos por pessoas anteriormente infectadas ou infestadas e em águas de pH apropriado a sua permanência e de adequada; - águas bem mais alcalinas e de menor temperatura, em torno de 15 - 25ºC apresentam natural resistência a viabilidade desses organismos patogênicos
- a "dureza de uma água", genericamente, é proporcional ao conteúdo de sais de cálcio e magnésio; estes sais, e em ordem decrescente de abundância na água, são bicarbonatos (HCO3), sulfatos (SO4), cloretos (CL-) e nitratos (NO3)
- "dureza da água", é definida como a capacidade da água precipitar sabões, devido à presença dos íons de cálcio e magnésio, como também de outros metais polivalentes, como o ferro, alumínio, manganês, estrôncio e zinco, que podem aparecer em águas naturais em quantidades insignificantes, além da possibilidade dos cloretos e sulfatos formados ou não, na presença de hidróxidos,(p.ex. do sódio); águas duras" ou salobras apresentam maior concentração de bicarbonatos, sulfatos, cloretos e/ou nitratos de cálcio, de magnésio e de sódio, p.ex.
- "classificação quanto ao nível de dureza total na água" (seg. Macêdo, 2000): - "águas moles" (ou brandas) com até 50mg CaCO3/l; "águas de dureza moderada", entre 50 e 150mg CaCO3/l; "águas duras", entre 150 e 300 mg CaCO3/l; "águas muito duras", maior que 300mg CaCO3/l
- "alcalinidade total" da água: representa à concentração total de bases, dependendo da presença de sais de ácidos fracos, carbonatos, em especial dos bicarbonatos em solução e hidróxidos, ocasionalmente dos silicatos e fosfatos, indicando na verdade a presença maior ou menor de sais dissolvidos ou não
- águas com "dureza e alcalinidade elevada" apresentarem "gosto salobre e/ou salino" e "sensação de pesada
- o "gosto" na água, (paladar), pode ser: "ácido, amargo, doce ou salgado"; é comum apontar-se água com "dureza maior como de gosto salobra"; - nem sempre as águas tidas como de "alcalinidade elevada" são classificadas como águas duras", porém "toda água dura é alcalina", mas não obrigatoriamente cáustica
- "águas alcalinas" são as que contém quantidade quer de bicarbonatos de cálcio e magnésio, quer de carbonatos ou hidróxidos de sódio, potássio, cálcio e magnésio, apresentando pH (potencial de hidrogênio) entre 7,0 a 8,5, quando natural, ou seja tamponada
- "águas alcalinas" tem o pH maior que 7,0, portanto, respectivamente, com mais bicarbonatos, carbonatos e hidróxidos formados; - quanto maior o pH , acima de 8,3 e até 9,4, maior será a presença dos carbonatos em relação aos bicarbonatos; - acima de pH 9,4 vai se privilegiando os hidróxidos (caustico) em relação aos carbonatos
- "águas com bicarbonatos" apresentam pH variando de 4,4, até 8,3; - nesta faixa, quanto maior o pH maior será a disposição dos bicarbonatos, portanto em condições de tamponamento
- "salinidade da água" é a concentração total de todos os íons dissolvidos totais, então podemos dizer que a "salinidade" e a variável sólidos dissolvidos totais" apresentam a mesma magnitude na maioria das águas. Íons inorgânicos de cálcio, magnésio, sódio, potássio, bicarbonato, sulfato e cloreto geralmente compõem 95% ou mais do peso de "sólidos totais" na água
- "sólidos dissolvidos totais" são todas as partículas, incluindo os colides, com exceção dos gases dissolvidos, presentes nos corpos dágua, podendo ser classificados de acordo com o tamanho e características químicas
- quanto à conformidade com o "padrão de potabilidade da água", ou "aceitação da água para consumo humano, (BRASIL; 1990 ; 2001) esta variável-S.D.T., pode chegar até 1000mg/l ou seja 1,0 0/00, como "valor máximo permissível- VMP"; -como vimos às águas da região de Bodoquena, em geral, apresentam salinidade inferior ou seja menor que 1,0 0/00
- segundo BRASIL/CONAMA, 1986, "classifica-se como "água doce" àquela com salinidade menor que 0,5" e, água salobra com salinidade variando numa concentração de 0,5 a 30,0"
· ser humano começa a perceber, (palatabilidade), "gosto salobra", em água, a partir de 1,0 de salinidade; as nossas águas (região da Bodoquena/MS), devem estar com salinidade de 0,5 a 1,5/2,0 , no geral; - por exclusão a água de gosto mais agradável não é dura, salgada, mineral, termal ou radioativa, tida então com água doce
- segundo BOYD 1997 IN Publ. JL Química da água/Alfatecnoquímica 1997, "a maioria dos animais aquáticos de água doce toleram até 2000mg/l de sólidos dissolvidos totais, (2,0 0/00 de salinidade) e certas espécies podem ser cultivadas em salinidade/sólidos dissolvidos totais bem superiores"; - com toda a máxima certeza, as águas da região de Bodoquena, embora sejam classificadas como salobras, na sua maioria, apresentam-se com sólidos dissolvidos totais, numa faixa de concentração de até 2000mg/l.
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Professor Helcias Bernardo de Pádua, Biólogo-C.F.Bio 00683-01/D; Conferencista em "Qualidade das águas"; Especialista em Biotecnologia-C.R.Bio 01; Analista Clínico - Hosp.Clínicas SP; Professor de Biologia e Ciências-L-94.718-DR 5 - MEC, desde 1975; Consultor, professor e colunista; Memorista-AGMIB/Assoc. Grupo de Mem. do Itaim Bibi/SP; Graduando em Jornalismo/FaPCom