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quarta, 11 de março de 2020

Mulheres de Bonito falam da importância do Dia Internacional da Mulher

Vereadora, turismólogas, bióloga e engenheira ambiental relatam as dificuldades e superações enfrentadas pelas mulheres diariamente no Brasil.

Bonito Notícias

(Foto: Bonito Noticias)

 Oficializado pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1975, o Dia Internacional da Mulher é comemorado desde o início do século 20. Hoje, a data é cada vez mais lembrada como um dia para reivindicar igualdade de gênero e com protestos ao redor do mundo - aproximando-a de sua origem na luta de mulheres que trabalhavam em fábricas nos Estados Unidos e em alguns países da Europa.

Atualmente a luta continua, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o salário de pessoas do sexo feminino é 20,5% menor, em média, do que o de homens. Outro problema grave é a violência. De acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, a cada dois minutos uma mulher é vítima de violência doméstica no país.

Em Bonito (MS), as mulheres participam ativamente do cenário turístico, político e social.

No campo político, a importância da representatividade feminina tem sido mais discutida, inclusive com a criação de movimentos como o “Vote Nelas”, que incentiva a presença de mais mulheres no poder. Uma pesquisa do Ibope, em parceria com a ONU Mulheres Brasil, mostrou que 70% dos brasileiros acreditam que a democracia só existe de fato se houver a presença de mulheres na política. Para 80% dos entrevistados, a participação feminina causa transformações positivas nesses ambientes.

A presidente da Câmara dos Vereadores da capital do ecoturismo brasileiro, vereadora Luisa Aparecida Gomes, é um exemplo de que as mulheres podem conquistar muitos caminhos que eram majoritariamente ocupados por homens. “Ser mulher é disputar lado a lado com o sexo oposto. E melhor ainda, é mostrar às mulheres que juntas podemos crescer, que juntas somos mais fortes”, afirma.

O empreendedorismo tem se tornado uma opção de independência financeira e carreira para as mulheres. Em Mato Grosso do Sul, elas já respondem por 38% da totalidade dos donos de negócios, índice que coloca o Estado como o primeiro do país com presença de empresárias. Os dados fazem parte de um estudo divulgado no ano passado pelo Sebrae.

No Estado, o resultado ficou acima da média nacional, com 34% das mulheres donas de negócios. Conforme o relatório especial “Empreendedorismo Feminino no Brasil”, de março de 2019, após MS, estão empatados em segundo lugar Distrito Federal, São Paulo e Rio Grande do Norte, todos com 36% de empresárias.

Proprietária da pastelaria Pastel da Jana e conhecida pelo famoso pastel de carne de jacaré, a turismóloga catarinense Janaína Manchein se apaixonou por Bonito em 2001, e decidiu ficar. Ela relata que “o Dia Internacional da Mulher é importante para comemorar as conquistas que tivemos e lembrar que muitas mulheres arriscaram e doaram suas vidas para que outras pudessem viver de uma forma mais justa”.

Luiza Coelho, diretora Sistema de Gestão de Segurança (SGS) e ambiental do Grupo Rio da Prata, no qual fazem parte a Estância Mimosa, a Lagoa Misteriosa e o Recanto Ecológico Rio da Prata, diz que seu maior desafio é aliar a maternidade com a carreira. Uma pesquisa de 2018, realizada pela Catho com mais de 2,3 mil mães, afirma que 30% das mulheres deixam o trabalho para cuidar dos filhos, sendo que boa parte é demitida após a volta da licença maternidade ou escolhem sair da empresa por falta de flexibilidade de horários.

Mas as mulheres brasileiras já provaram que são capazes de conciliar maternidade e trabalho há muito tempo. Entre 2005 e 2015, o número de famílias compostas por mães solo subiu de 10,5 milhões para 11,6 milhões, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O número de lares brasileiros chefiados por mulheres cresceu de 23% para 40% entre 1995 e 2015, de acordo com a pesquisa Retrato das Desigualdades de Gênero e Raça, de 2017, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

A guia de turismo Yolanda Prantl Mangieri se define como “mãe, esposa e ambientalista”. Tanto para ela como para muitas mulheres, o maior desafio em sua carreira é ser respeitada e o empoderamento feminino é a capacidade de provocar mudanças nelas mesmas, seja de transformação, fortalecimento e fazendo suas próprias escolhas. “Somos mais criativas e produtivas sendo empoderadas”, finaliza. A bióloga Liliane Lacerda, responsável pela equipe técnica do Instituto Águas Serra da Bodoquena (IASB), afirma que o Dia Internacional da Mulher é "mais do que ser lembrada, receber flores, dedicações, presentes, gostaria que essa data fosse para reconhecimento de tantas guerreiras que existem no mundo fazendo a diferença na sua vida, na vida de sua família e na vida de muitas outras pessoas".

O que Yolanda e Liliane se referem é justamente o que as palavras promovem: a construção da confiança, a mudança na postura e no modo de pensar das mulheres em relação a sua auto percepção, conhecimentos e poder de decisão. Entender o papel social que as mulheres exercem e sua importância na participação para a formação histórica e social é crucial para a sociedade como um todo.

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