Se a natureza das artes chama o público para participar da 12ª edição do Festival de Inverno de Bonito, a água o convidará para passear e conferir o tradicional túnel cenográfico que neste ano terá como fonte de inspiração a música “Terra, Planeta Água” do cantor Guilherme Arantes.

Todos os anos o túnel vem com uma temática diferente, ligando a Praça da Liberdade até a Grande Tenda, já em clima de arte e cultura. Em 2010 o assunto trabalhado foi “Jardins de Inverno”. Já este ano a água ganha destaque, num projeto que pretende retratar muito daquilo que Bonito tem - são as belezas naturais, a exemplo da famosa Gruta Azul, mundialmente conhecida pela coloração do lago e pela majestosa caverna.

Além do rico líquido, o túnel também dará espaço para relembrar o trabalho e destacar o talento do artista sul-mato-grossense Ney Matogrosso, homenageado do Festin 2011. No espaço cenográfico será possível ver imagens do artista atuando. A luz criada nesse ambiente também terá como referência os projetos de iluminação de Ney, sempre com bastante uso de cores. Os trabalhos terão o toque lúdico e a sensibilidade do artista cenográfico José Carlos Serroni.

De acordo com Serroni, um dos motivos pela escolha da água como tema desta edição está na relação plena que essa substância tem com a preservação ambiental, sendo um recurso renovável sinônimo de vida. “Bonito tem grande participação nisso, pois além de preservá-la também a usa como atrativo turístico que pode despertar nas pessoas o desejo de tratá-la como joia, como algo primordial a todos nós”, ressalta ele.

A parte final da letra da composição de Guilherme Arantes casa com aquela que é uma das maiores riquezas do Estado, a água, seja ela da cidade de Bonito, da Bacia do Pantanal ou até mesmo a que se encontra escondida embaixo do solo sul-mato-grossense, fazendo parte do maior manancial de água doce subterrânea do planeta, o Aqüífero Guarani.

Outro ponto importante e curioso do túnel é que ele terá como ponto forte a reciclagem. “Criamos um túnel de noventa metros, composto por mais de três mil sacos plásticos transformados em elementos decorativos, de forma muito simples e plástica”, explica Serroni.

A ideia do trabalho é despertar e contribuir com a o senso de preservação do ecossistema do planeta e principalmente com a fonte que o alimenta, a água. Quem for prestigiar o Festin e passar pelo túnel terá a sensação de que a água cristalina está sob suas cabeças, como que abençoando a passagem daqueles que por lá atravessarem.

“Associamos a isso, algumas imagens de Bonito, mostrando essa fantástica relação da natureza: água, fauna e flora”, afirma José Serroni.

Criador

José Carlos Serroni é o cenógrafo que assina pelo quinto ano consecutivo o túnel lúdico do Festival de Bonito. O artista destacou-se como cenógrafo e figurinista com inúmeros trabalhos para artes cênicas, televisão, artes visuais e lazer. Já realizou cenografia e figurinos para dezenas de espetáculos teatrais desde a década de 1970.

Entre seus trabalhos estão os cenários para adaptações célebres de Shakespeare, Samuel Beckett, Molière, Plínio Marcos, Antunes Filho, Brecht, Tchecov, entre outros. Em exposições, destaca-se seu trabalho com Fernanda En Cena, uma retrospectiva de 50 anos do trabalho da atriz Fernanda Montenegro; O Palco em Cena, no Sesc Vila Mariana, em São Paulo; Modos Cenográficos, em Caracas, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, São Paulo e Londrina, entre outros.