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terça, 19 de julho de 2005

Ponte pênsil, morcegos e uma caverna de 600 milhões de anos

O Estado de S. Paulo

Caderno Viagem e Aventura
Bonito - Nas entranhas do Brasil


Ponte pênsil, morcegos e uma caverna de 600 milhões de anos

A ida até a Gruta São Miguel já é uma aventura; lugar tem até luz artificial

Um dos caminhos para chegar à Gruta São Miguel - uma formação do período pré-cambriano com cerca de 600 milhões de anos - é por meio de uma ponte pênsil de 180 metros. "A idéia é não ter de abrir trilha na mata, para poder conservá-la", explica a guia Vânia Mugartt Picolli.

A ponte fica na altura da copa das árvores, com uma vista maravilhosa. Dá vontade de ficar um bom tempo ali curtindo o visual, pensando na vida, apreciando a Serra da Bodoquena, os bois pastando... Mas o tempo vai passando e os guias apressam a galera.

A alguns passos da entrada, a guia pára num ponto para mostrar que está pisando no teto da caverna. Lá dentro, a temperatura é bem agradável. "Felizmente, o lugar tem muito morcego", comenta Vânia, sob o olhar de reprovação da ala feminina. "É sinal que a gruta está viva e preservada. Eles só saem em busca de alimento", explica ela, ressaltando que não é motivo para temê-los.

Mas o que realmente interessa é a grande variação de espeleotemas, que crescem cerca de meio centímetro por ano. Tocá-los, nem pensar - tome cuidado de não ultrapasar os limites demarcados com pedras.

A caverna se divide em um salão principal e duas galerias de dimensões diferentes. Uma das atrações é um bloco de coralóides, formações que absorvem a umidade como se fossem gotas de suor da rocha. "Foi o que eu mais gostei de ver", comenta o pequeno gaúcho João Pedro Oster Maya, de 8 anos. Com a lanterna, a guia alcança profundidades inimagináveis e apresenta os pequeninos mercegos. "Pensei que fosse um passeio de cinco minutos, mas tinha um monte de coisas para ver", diz o menino.

Por um instante, a guia pede silêncio para que todos possam ouvir o gotejamento dentro da caverna. Em outro momento, ela apaga as luzes artificiais - sim, dentro da gruta foram instaladas luzes artificiais - , para que o turista aprecie o visual só com a luz natural.

Na saída, é engraçado olhar para trás e pensar daquela pequena entrada foi possível conhecer a imensidão - afinal, são 3.149 metros quadrados de área - que existe ali dentro.

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