terça, 19 de julho de 2005
O Estado de S. Paulo
Caderno Viagem e Aventura
Bonito - Nas entranhas do Brasil
Um aquário natural para os turistas
Assim é a flutuação na Reserva Ecológica Baía Bonita; no fim do percurso há uma tirolesa, para quem ainda tiver fôlego
Mergulhar, literalmente, num outro universo. Essa é a sensação de quem faz o passeio pelo Aquário Natural, na Reserva Ecológica Baía Bonita, em Bonito. Relaxe e deixe-se levar pelas águas calmas da nascente do Rio Baía Bonita até o Rio Formoso. É durante a flutuação que o visitante terá a oportunidade de dividir espaço com muitos e muitos peixes e conferir de perto a vegetação aquática das mais variadas espécies.
Para começar bem, nem pense em usar repelente ou protetor solar. Não será uma atitude ecologicamente correta naqueles rios cristalinos. Depois de vestir a roupa de neoprene, o colete, o snorkel e o papete - e antes de seguir para a nascente, todos caem numa piscina para o treinamento. Hora de se acostumar a respirar só pela boca, aprender algumas técnicas essenciais para o bom desempenho e aproveitamento do passeio e, principalmente, de testar os equipamentos.
Para chegar à nascente é preciso seguir por uma trilha suspensa - uma tentativa de inimizar o impacto ambiental - dentro da reserva. A recepção é feita por macaquinhos, que podem ser vistos durante todo o passeio. No percurso, os turistas são apresentados aos mulungus, imbaúbas, figueiras, ximbuvas, bacuris e outras plantas típicas da mata atlântica. A guia oferece erva-cidreira para quem quiser relaxar.
Um funcionário do aquário acompanha os grupos para fotografar o passeio, cujas imagens poderão ser compradas por R$ 35 (um CD com 80 fotos).
Caindo nágua
Na nascente há um deck onde, aos poucos, todos se preparam para entrar nágua. Dali, é impossível imaginar a profundidade do rio - parece raso, impressão dissipada já no começo da flutuação. A partir daí, é só alegria.
Os peixes chegam muito perto. A única coisa que se ouve é a própria respiração, que vai ficando menos ofegante. Caso alguém se canse, é só subir na canoa que acompanha o grupo por todo o percurso.
A arquiteta Danise Maya teve uma experiência traumática durante uma flutuação em auto-mar em Miami, nos Estados Unidos. Ela se enroscou na corda de uma âncora e, desde então, fica aflita quando precisa entrar na água. "Acho a água linda, mas eu fico com muito medo", conta. "Aqui eu consegui relaxar", diz Denise, surpresa com o próprio desempenho.
Volta
Depois de curtir o maior sossego embaixo dágua na companhia de peixes das mais variadas cores e tamanhos, no fim do passeio há uma parada para quem quiser - e tiver fôlego para - fazer tirolesa ou pular numa cama elástica dentro do rio. A volta é por uma outra trilha dentro do parque, numa espécie de minizoológico, onde se caminha ouvindo de longe o barulhinho do rio. É ali que alguns animais vivem em cativeiro. Entre eles, jacarés do papo-amarelo e do Pantanal e uma loba conhecida como Gisele Bundchen. "Olha como ela anda", comenta a guia Carmem de Alencar Martins.
Para que tudo saia perfeito, só não esqueça de levar uma câmera aquática. Se não tiver, alugue uma na cidade. Custo R$ 20, mas vale a pena. E lembre-se de levar um filme, pois no aquário custa R$ 18.
30/08/2023 - 00:00