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domingo, 23 de junho de 2019

Segunda noite marca a força do instrumental e do verdadeiro blues em Bonito

Mais um momento notável no Bonito Blues @ Jazz Festival.

Bonito Informa

 É assim que se pode dizer sobre a segunda noite de um evento que está sendo marcado pela qualidade musical, principalmente pela organização e participação do público. O crescimento é notório, o que já podemos dizer que o próximo ano será ainda melhor. Para quem está participado do festival, a opinião é unânime n o que diz respeito a satisfação em participar de um verdadeiro “movimento cultural” que já faz parte sim do calendário da cidade.

A noite de sexta-feira começou com o som diferenciado do Apoema Trio. A música instrumental envolvente pelos músicos campo-grandenses e que são conhecidos nas noites da Capital pelo talento incrível. Ivan Cruz, Marcelus Anderson e Mateus Yule deram um verdadeiro show de profissionalismo. A improvisação é a palavra certa sobre esses grandes músicos que com o passar do tempo, mostraram que são artistas de primeira linha e que passeiam pelos acordes e deixam o público extasiado com o jeito de tocar. Mas não é apenas estar “improvisando”. Precisa antes de tudo uma relação mais íntima com os instrumentos e esses músicos passaram isso ao público. Uma apresentação ímpar e que mais uma vez mostra que fazer música com qualidade, é sem dúvida a melhor maneira de deixar as pessoas felizes. Assim Apoema Trio o fez.

Falar de Ivan Cruz, um raro artista que se importa com o trabalho instrumental, é como ir atrás das palavras mais certas para elogios infinitos. O cara é maravilhoso. Marcelus Anderson no acordeon é hoje considerado um dos grandes acordeon do MS. Sem palavras para acrescentar o que esse artista fez em palco. Mateus Yule é da nova geração de baterista. Um estudioso e só por participar desse trio, tem sua qualidade pura. O choro, chamamé, samba numa linguagem de jazz passeou e agradou facilmente o público do festival. Versões interessantes entusiasmaram a todos, além do mais importante, sempre dando um jeito de mostrar trabalhos autorais. Uma apresentação de gala.

No palco, após o Apoema Trio, foi a vez de Méri Band. Os músicos já iniciaram com o verdadeiro blues instrumental mexendo assim com o público. Mas o que se esperar dessas caras que vivem com a alma do blues? Apenas sentir e deixar se envolver nesse ritmo alucinante e que sem dúvida é a cara do evento. Os “bluzeiros” chegaram com tudo até chamar a vocalista Méri Oliveira. Assim começou o trabalho que misturou um repertório que teve rock, funk americano, R&B, soul, jazz e principalmente o blues que é a alma da banda. Influenciada por grandes nomes como Etta James, Ella Fitzgeral ou mesmo John Hooker, Méri Banda simplesmente encantou. Já havia criticado a vocalista Méri Oliveira justamente por ter assistido uma apresentação considera por mim "morna", mas que agora, mais do que nunca, posso garantir que acertei. Ela não estava usando o seu potencial. Ontem tive o privilégio de ver e ouvir sim uma cantora incrível e com uma tonalidade vocal de deixar a todos em êxtase.

E os músicos? Absolutamente o “fino do fino profissional”. Rodrigo Queiroz com seus “solos ardentes” mostrou que é um dos principalmente nomes no que se refere a guitarra no Mato Grosso do Sul: monstro!. Juninho MPB, contrabaixo que sempre segurou o ritmo nas bandas que tocou e ainda toca. Sabe muito!. Juba Júnior nos teclados me impressionou mais uma vez (bluzeiro com alma) e o singular baterista Zé Fiúza, um baterista completo, que tem alma roqueira e "mãos de baquetas" do blues. Méri Band fizeram ontem aquele espetáculo que podemos dizer: “que show”!.

Fechando a noite de sexta-feira, a expectativa de ouvir um mineiro e um paulista únicos:
a dupla de violeiros Moda Rock mostrou porque considerada a "sacada mais original" dos últimos tempos na música brasileira. Ricardo Vignini e Zé Helder que resolveram adaptar versões dos clássicos do rock para a viola caipira. Esse potencial foi mostrado para o público presente. Ouvir Led Zeppelin na viola foi sem dúvida uma das melhores sensações para quem gosta de música de qualidade. Mas teve outras versões, como Queen, que mais uma vez acordou o público que começou a cantar com a dupla.

Uma grata surpresa ocorreu na apresentação da dupla quando da “canja de ouro” do melhor pianista de blues do país, Adriano Grineberg que fez uma participação especial sendo uma chamada especial para este sábado quando será encerrado o festival. A produção do Bonito Blues & Jazz Festival mais uma vez acertou em cheio em trazer esses dois gênios para se apresentar neste evento, que alias, os governantes devem investir mais pela importância que é para o Mato Grosso do Sul.

A apresentação de Ricardo e Zé foi um misto de saudade do interior com a volúpia roqueira que aqueles que amam estes estilos sentem quando ouvem separadamente os ritmos. A mistura foi um dos melhores e deliciosos choques culturais para o público. Bela apresentação. Hoje (sábado) encerra esse evento que está sendo marcante e vale a pena conferir e se alimentar da verdadeira arte música.

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