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quinta, 26 de agosto de 2010

Lamina fina e quebradiça,logo pela manhã

Lamina fina e quebradiça, logo pela manhã, nas águas de Bonito/MS

Em Bonito/MS-Br, por ter-se águas, em geral, riquíssimas em bicarbonatos, chama atenção o fato que em sistemas aquáticos naturais ou não, em áreas abertas, (represas, lagos ou tanques),  com águas mais calmas e,  mais evidente em algumas épocas do ano, ver-se logo pela manhã uma preocupante nebulosidade e presença de lamina  fina e quebradiça, mais extensa ou menos extensa, na superfície da água.

Como se pode perceber, tal fenômeno inicia-se pela momentânea diferença, (muitas vezes com período pouco maior), entre a temperatura do ar, da madrugada  mais fria, em relação a temperatura maior da água e a presença de camada superficial aquosa saturada. Gradativamente esses aspectos desaparecem, quando inicia-se o aumento da temperatura ambiente/ar durante a manhã e com  tendência de equilíbrio entre o meio líquido e atmosférico.

As moléculas da água, durante a manhã, na sua superfície, recebem do ar certa quantidade de energia em forma de calor, aumentando seus movimentos de circulação horizontal por camadas de moléculas e ocasionando os processos de convecção, (movimento vertical), como já foi visto, com tendência de igualarem suas energias, aumentando a capacidade de dispersão e mistura dos compostos dissolvidos ou não ou mesmo depositados no fundo.

Lembramos que durante parte da noite, a massa d’água apresenta-se  com maior  temperatura que o meio externo, porque durante o dia recebeu da luz do Sol, do meio terrestre/solo marginal e do ar, certa quantidade de calor, irradiando e acumulando-o nesse meio aquoso, o qual deverá ser liberado paulatinamente no decorrer do período noturno, dispersando-o. No final da madrugada, a temperatura do ar  tende a ser menor que a da água, pela dispersão desse calor na atmosfera total, ainda sem a presença da energia solar.

Então, essa diferença de temperatura no caso, na interface água/ar, em sistemas com águas mais alcalinas, causa:

a) desequilíbrio na interface água/ar nas concentrações do gás carbônico, (na fase líquida, pela sua maior temperatura ocorre menor gradiente do gás-CO2  em relação ao seu gradiente na fase gasosa ou no ar);

b) formação de um saturado aquoso de hidróxidos,  na lâmina superior da massa d’água;

c) turvamente da água pela presença maior dos hidróxidos insolúveis ou menos solúveis;

d) presença de lâminas, filmes ou espumas, bem na superfície d’ água,

e) agrupamento dos carbonatos, insolúveis ou pouco solúveis, formados através da reação com o gás carbônico ainda presente na água ou mesmo retirado do ar;

f) movimento das moléculas de água, a partir da incidência luminosa, (luz e calor), no sentido horizontal à superfície, pela ação do vento e no sentido  vertical (convecção);

g) disposição de finíssimas partículas na água, ocasionada pelo revolvimento dos compostos depositados no fundo do sistema aquático;

h) adsorção das partículas negativas em suspensão, nas superfícies positivas dos minerais hidróxidos e carbonatos formados e dispersos;

i) deposição dos agrupamentos minerais e orgânicos, formados, pelo aumento do peso e ação da gravidade;

j) imediato aumento ou volta na transparência da água.

COLUNISTA

Helcias de Pádua

helcias@portalbonito.com.br

Professor Helcias Bernardo de Pádua, Biólogo-C.F.Bio 00683-01/D; Conferencista em "Qualidade das águas"; Especialista em Biotecnologia-C.R.Bio 01; Analista Clínico - Hosp.Clínicas SP; Professor de Biologia e Ciências-L-94.718-DR 5 - MEC, desde 1975; Consultor, professor e colunista; Memorista-AGMIB/Assoc. Grupo de Mem. do Itaim Bibi/SP; Graduando em Jornalismo/FaPCom

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