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quinta, 26 de agosto de 2010

Reflexões

Mais um ano se foi e, querendo ou não, é uma etapa neste nosso mundo de convenções e acordos. Mais de 2000 anos se passaram desde o nascimento de Cristo (convenção) e a raça humana – nós – ainda brincamos com conceitos de bom e mau, certo e errado, bonito e feio – como se existissem verdades absolutas sobre tudo. Uma grande preguiça nos faz estereotipar pessoas, relacionamentos e comportamentos de forma cruel e egoísta.

O crescimento tecnológico e científico nos levou a descobertas e comodidades incríveis mas, nosso amadurecimento espiritual, social e psicológico continua como a 2000 anos atrás. Ainda somos capazes de pré-conceitos de raça, gênero e poder aquisitivo. Ainda temos grandes dificuldades em aceitar o diferente.

A vantagem é que se as dificuldades de relacionamento ainda existem, por outro lado temos grandes avanços de comunicação que nos permitem conhecer um pouco mais das “estranhezas”, uns dos outros. Situação essa que deve, ou pelo menos, deveria facilitar o aprendizado e o conseqüente amadurecimento social e psicológico da sociedade contemporânea. Mas o caminho é longo e a velocidade varia de acordo com a capacidade, vontade e abertura que cada um de nós se permite – e todos nós sabemos que a permissividade tem seus lados opostos.

O amadurecimento, o desapego e o equilíbrio psicológico, emocional e espiritual deveria ser ensinado nas escolas, como se ensina a ler e a escrever. Um posicionamento de respeito pelo próximo, seus direitos, nossos deveres – responsabilidade social. Uma visão holística sobre o homem e o meio ambiente – fauna, flora, recursos hídricos... a interdependência dos fatores (de todos os fatores). Devíamos aprender e ensinar o repudio pela soberba, arrogância, ganância e os respectivos apegos materiais que esses sentimentos geram. Mas as escolas estão com problemas atualmente – pelo menos em nosso país... Infelizmente. Esse é outro assunto.

Esses dois mil anos deveriam ter nos ensinado que ninguém – absolutamente ninguém – é totalmente bom ou totalmente mau. Todos carregam sentimentos antagônicos que se manifestam em um momento ou outro – comentários despretensiosos revelam mais de nós mesmos do que gostaríamos de permitir. A permissividade novamente, agora de braço dado com a relatividade...

Uma pena que estejamos caminhando tão rápido através de nossas conexões ADSL, palm-tops e notebooks, porque isso nos distancia da efemeridade de nossa passagem pela terra e nos acrescenta novos paradigmas – que acrescentados aos antigos torna nosso amadurecimento mais difícil. O entendimento dicotomizado prejudica nossa compreensão. Neste momento faço a devida justiça aos avanços tecnológicos que permitem a comunicação mundial através da transmissão de conhecimento cultural, científico e filosófico – “acessível a todos”. Lembrando novamente o antagonismo, essa globalização é positiva e negativa... Tudo depende do referencial.

 Entre ganhos e perdas, soluções conjunturais e estruturais, custos e benefícios percebemos que o movimento é gerenciado por motivações diversas mas, definitivamente, direcionado de acordo com a busca de poder e valor econômico. Aprendemos a valorar. Tudo acaba tendo seu preço que – claro – é relativo ao referencial de cada um, em sua dor e delícia.

A ética não conseguiu se fortalecer em nosso meio...  Chamada várias vezes ao dia em grandes discursos e teses ela está cada vez mais em extinção – daqui a pouco vira lenda. Pássaro Dodô. E, se os jornais estão cada vez piores talvez seja porque eles são o reflexo comportamental da sociedade e o rei, que sempre esteve nu, começa a se perceber como tal.

Se o momento lhe parece delicado, não se assombre – sempre foi. A questão é que as adversidades são oportunidades para os heróis e os grandes guerreiros se destacarem – traduzindo: são oportunidades para se subir mais um degrau na escala de crescimento e amadurecimento. Obviamente as adversidades também são perigosas e podem gerar as vítimas e os oprimidos. Relativo? Depende do papel que se quer desempenhar – do herói ou da vítima.

Esperar que alguém faça alguma coisa pode não ser uma boa atitude... reflexões precisam ser acompanhadas de ações concretas.

COLUNISTA

Ana Cristina Trevelin

ana@portalbonito.com.br

Administradora, pós-graduada em Gestão e Manejo Ambiental, com cursos extra-curriculares nas áreas de turismo, meio ambiente e empreendedorismo. Consultora para Gestão e Planejamento em Turismo através da Bionúcleo – Gestão Ambiental e Empresarial e membro docente do IESF/UNIGRAN, nos Cursos de Administração Rural e Turismo.

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