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quinta, 26 de agosto de 2010

Roteiros do Brasil

O “Programa de Regionalização do Turismo - Roteiros do Brasil” é uma campanha nacional, encampada pelo Ministério do Turismo, em prol de uma estruturação integrada dos produtos e serviços turísticos do país, com o objetivo de criar produtos unificados através de roteiros regionais facilitando a divulgação, agregando valor aos produtos e, principalmente, oportunizando roteiros diversos aos turistas.

A visão da campanha mostra que o tecnicismo e profissionalismo alcançaram o Ministério e, quiçá se expanda para todas as autarquias públicas – apontando novos horizontes para a economia do turismo e do Brasil. Paradigmas foram quebrados e o turismo, que antes era visto com uma dificuldade de gestão pública, passa a ser reconhecido como uma oportunidade real e efetiva de crescimento econômico e criação e manutenção de postos de trabalho. Uma oportunidade de desenvolvimento social, financeiro, profissional e, o mais importante, desenvolvimento de pessoas nos destinos turísticos brasileiros.

O projeto trata da identificação dos “clusters” e ou arranjos produtivos regionais – desenvolvendo parcerias institucionais e privadas, valorizando governanças regionais como, por exemplo, no caso da Serra da Bodoquena. Essa estruturação dos “clusters” é resultado de uma política pública específica que tem o intuito de aumentar a permanência do turista nas regiões e com isso estimular a criação de novos serviços e valores agregados aos produtos principais. O Ministro do Turismo, Walfrido dos Mares Guia, sinaliza sobre a importância da economia turística quando afirmou na Teleconferência sobre Roteirização (1), realizada dia 30 de março, que “o turismo é o maior negócio do mundo”, sendo responsável por aproximadamente “10% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial”. Ou seja: essa nova consciência faz surgir ações e novos posicionamentos com relação ao verdadeiro impacto que esta economia pode causar em um país – especialmente em um país como o Brasil.

Convergir forças em direção do melhoramento contínuo dos serviços e produtos turísticos é a palavra de ordem – afinal não há mais tempo para errar ou fazer aprendendo. O Brasil, de uma maneira geral, já possui uma oferta turística, mas agora é que se está conhecendo seu tamanho, peculiaridade, formas, potencialidades e, principalmente, capacidade de atendimento. Isso inclui não apenas empreendimentos diretamente ligados ao turismo, mas também a identificação de outros produtos que são reconhecidamente fatores de agregação de valor – com potencial para serem içados à categoria de produtos principais, como por exemplo, o artesanato, a gastronomia, a cultura e história de cada “cluster”.

“O turismo começa a ser entendido como uma economia que pode ser do tamanho do próprio Brasil”, parafraseando Milton Zuanazzi, Secretário de Políticas Públicas do Ministério do Turismo. Porém para que isso aconteça é fundamental que os governos estaduais e municipais adotem e encampem a idéia, despertando na iniciativa privada o sentimento de desenvolvimento integrado. A função das organizações públicas neste caso é de agregar, unir, convergir esforços – atuando como um agente efetivo de desenvolvimento.

Cabendo aos empreendedores uma nova postura - revendo conceitos, como por exemplo: competitividade, qualificação, segmentação de produtos e mercados-alvo. Há que se ter visão, postura empreendedora e, principalmente, postura pró-ativa para que o empresariado brasileiro de turismo tenha retorno de capital investido e desenvolva-se econômica e financeiramente. Este empreendedor também terá que investir em mídia, planejamento, controle constante de qualidade e treinamento – não só para os funcionários, mas, para si mesmo.

Sem este posicionamento da iniciativa privada não haverá política pública que tenha êxito. Os “Roteiros do Brasil” exigem profissionalismo nas duas bases estruturais: política pública e iniciativa privada. De outra forma não se terão roteiros, aumento de permanência do turista e conseqüentemente não haverá alavancagem do turismo nacional.

Citando novamente Zuanazzi “não interessa quem veio primeiro: o ovo ou a galinha. O que interessa é que temos os dois e temos que convergir esforços” em prol do desenvolvimento sócio-econômico de nosso país.
 
Referência:

- (1) Teleconferência de Roteirização, realizada dia 30 de março de 2005, proferida pelo Ministério do Turismo em parceria com o sistema SESC-SENAC para teleconferência.

Mais Informações:

http://www.teleconf.senac.br
http://www.embratur.gov.br/br/home/index.asp

COLUNISTA

Ana Cristina Trevelin

ana@portalbonito.com.br

Administradora, pós-graduada em Gestão e Manejo Ambiental, com cursos extra-curriculares nas áreas de turismo, meio ambiente e empreendedorismo. Consultora para Gestão e Planejamento em Turismo através da Bionúcleo – Gestão Ambiental e Empresarial e membro docente do IESF/UNIGRAN, nos Cursos de Administração Rural e Turismo.

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